terça-feira, 7 de junho de 2011

A morte 2

Mês passado descobri o quanto me encontro despreparada pra perdas como a da morte. E isso tudo começou após a morte do meu pai. Jurei não ir ao enterro de mais ninguém, pois prefiro guardar as pessoas com a última imagem em vida. Por mais que algum ente querido morra e você conheça a razão de que nascemos pra crescer, viver e morrer, esta semana pude reparar o quanto está difícil aceitar. Perdi um vizinho sentado na porta de casa. Ele sentou-se para conversar com um amigo e morreu. Convenhamos, 90,5% dos seres humanos gostaria de ter uma morte tranquila como esta... Só que pra mim não foi assim. Logo eu que sempre encarei a morte como uma forma de repouso eterno. Não sei se por culpa da idade, torna-se cada vez mais difícil ver um parente descendo naquele buraco de sete palmos e sendo coberto de terra ou até mesmo sendo colocado naquele gavetão pra todo o sempre.
Depois da morte do meu pai muitos anos se passaram e me vi obrigada a seguir o cortejo do meu marido. Estou sempre jurando a mim mesma nunca mais seguir nenhum cortejo fúnebre e quando penso seguir esta jura a risca, perco alguém muito próximo e em respeito aos familiares da vítima, me sinto obrigada a participar até mesmo por um gesto humanitário.
Faz algumas semanas que assisti meu cachorro sofrer um acidente na minha frente. Foi horrível!!! Quando o vi correndo e sangrando foi como estar perdendo outro ser ao qual sinto paixão, mas com a graça de Deus o único ferimento foi um buraco acima da pata, ele está se recuperando bem rápido.
Gostaria da certeza de que a morte seja apenas uma passagem para uma vida nova. Só desta forma me sentiria segura em aceitá-la como um facto natural.

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